Utilizando drivers Modbus Master (ASC/RTU/TCP) com controladores ATOS.

1) Introdução

Além de se comunicarem com o protocolo APR03, os controladores ATOS permitem comunicação com o protocolo Modbus (configurável na ferramenta de programação da ATOS) no modo RTU via rede RS-485.

Entretanto, para conectar com os controladores ATOS através do driver Modbus Master da Elipse, são necessárias algumas configurações específicas, descritas neste artigo.

2) Limitações nos tamanhos dos frames no protocolo Modbus

O protocolo Modbus define uma unidade de dados simples denominada PDU (Protocol Data Unit), que se mantém inalterada nos diversos modos do protocolo e nas diversas camadas de comunicação.     

O frame de comunicação completo, incluindo a PDU e os demais campos adicionais de cabeçalho, é chamado ADU (Application Data Unit).

Um frame Modbus completo (ADU) pode ter um PDU de tamanho máximo de 253 bytes.

 
3) Protocolo Modbus da ATOS

Os controladores ATOS implementam o protocolo Modbus padrão com pequenas variações.

Nos controladores mais novos, que usam o software de configuração A1, as diferenças em relação ao Modbus padrão se resumem ao tamanho máximo da área de dados.

Os controladores mais antigos, que usam a ferramenta WinSUP, possuem ainda outra diferença: o endereçamento dos registros é feito byte a byte, não sendo possível usar o recurso de superblocos (EnableReadGrouping) do E3.

Os limites aceitos pelos CLPs ATOS, bem como os demais detalhes do protocolo, são especificados no boletim técnico PR3 – 01/2001, disponível para download no site da ATOS. É altamente recomendado o download e a leitura deste documento.


4) Ordenamento de bytes

O protocolo Modbus especifica o ordenamento dos bytes enviados na área de dados da PDU, onde o byte mais significativo de cada Word deve aparecer primeiro em cada registro.

Os controladores ATOS mais antigos, que usam o software WinSUP, utilizam ordenamento de bytes de acordo com a especificação do protocolo. Apenas os tipos de 32 bits, não definidos pelo protocolo, utilizam o ordenamento inverso para suas Words, exigindo a habilitação da opção Swap Word do driver.

Os controladores mais novos, que usam o software A1, permitem a configuração do ordenamento de bytes. Para utilizar o padrão do protocolo, deve-se escolher a opção Motorola nas configurações do CLP.

5) Conclusões

A tabela abaixo resume as recomendações de configurações discutidas nesse artigo:

 Tipo de Controlador  Configurações Recomendadas
 CLP com processador Blackfin (utilizando ferramenta de programação A1)

  • Caso não sejam utilizadas a escrita e a leitura de bits: customizar limite máximo da PDU para 60 bytes
  • Caso seja utilizada escrita ou leitura de bits: desligar o recurso superblocos do E3 (EnableGroupReading = FALSE), e agrupar manualmente os tags em blocos, de acordo com os limites suportados no Modbus da ATOS (ver boletim técnico PR3 01/2001 no site da ATOS)
  • Configurar CLP para o ordenamento de bytes no padrão Motorola. Caso seja necessário utilizar outro padrão, deve-se alterar as opções de ordenamento das operações do driver
 Controlador com outros processadores (utilizando ferramenta de programação WinSUP)
  • Caso não sejam utilizadas a escrita e a leitura de bits: customizar limite máximo da PDU para 60 bytes
  • Desligar o recurso superblocos do E3 (EnableGroupReading = FALSE), e agrupar manualmente os tags em blocos, de acordo com os limites suportados no Modbus da ATOS (ver boletim técnico PR3 01/2001 no site da ATOS)
  • Todas as operações do driver com dados de 32 bits devem ter a opção Swap Word habilitada. As demais operações devem manter todas as opções de reordenamento desabilitadas

Caso seja necessário agrupar manualmente os tags em blocos, desligando o recurso de superblocos, use a tabela abaixo para determinar o número máximo de elementos de cada bloco, dependendo da função Modbus utilizada.

 Função Modbus de leitura  Tamanho do tipo de dado  Número máximo de elementos
 3 ou 4  16 bits  30
 3 ou 4  32 bits  15
 1,2  1 bit  64
 
Na tabela acima são apresentadas apenas as funções Modbus de leitura, já que as operações de escrita são geralmente realizadas por elementos, e não em bloco. As funções de escrita do Modbus ATOS possuem um limite menor de registros.

Se eventualmente for preciso escrever blocos inteiros, os limites observados devem ser os seguintes:

 Função Modbus de escrita  Tamanho do tipo de dado  Número máximo de elementos
 16  16 bits  27
 16  32 bits  13
 15  1 bit  64
Print Friendly, PDF & Email

Este artigo foi útil? Was this helpful?

Classificação média - Average rating 0 / 5. Count: 0

Deixe seu Comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos marcados com asterisco são obrigatórios *